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Fotos de A. Morgenstern, Évora

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Fotos de Pedro Duarte, Sines, 2013

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Centro Escolar de Porto Covo

Fotos de Pedro Duarte (2013)

[via Filipa Lopes]

Londres, 2011, Koenige

… mas, PELO AMOR DE DEUS, importas-te de dar notícias?

Cais esquecido (mas preservado) na Ria Formosa, Luz de Tavira, 2011, Andrea Morgenstern

Durante séculos e séculos, a agricultura cresceu, desenvolveu-se, amadureceu no território que é hoje português. Desde as experiências inovadoras mas incipientes das primeiras sociedades em vias de sedentarização do Neolítico Antigo (com a domesticação de plantas selvagens), passando pelo contributo do Calcolítico com o uso de animais nos campos para tracção (graças também à invenção da roda e do arado), até à introdução de novas espécies pelos fenícios (oliveira, vinha) ou pelos árabes (leguminosas, arroz, alfarrobeira) e de técnicas de regadio e sistemas hidráulicos pelos últimos (noras, azenhas), a agricultura conheceu uma expansão imparável. Ainda há meio século, esse inigualável sábio do território português, que foi Orlando Ribeiro, escrevia que “A agricultura é o aspecto dominante da economia portuguesa.”

Até que chegou a aplicação mecânica dos princípios da P(olítica) A(grícola) C(omum), ao serviço das grandes potências europeias (Alemanha e França, essencialmente), impostos ao país pelo homem mais funesto que Portugal conheceu depois Salazar, o sr. Silva. E hoje, com os campos cobertos de silvas, o país quase só come do que importa.

Mas que futuro pode ter um território que não produz a base da subsistência dos seus habitantes?

E que economia poderá ter um país que (contando, pasme-se, com um clima ameno e um espantoso know how sobre agricultura acumulado sobre séculos e silenciosamente guardado em milhares de aldeias esquecidas) abandonou a terra? (E que delegou a produção dos meios da sua subsistência a terceiros?)

Enfim, para que serve a economia sem a terra? (Esta sim, é a questão chave de um debate fundamental para re-pensar o futuro; mas não me parece que alguém esteja para aí virado… ‘terra’ desperta, em qualquer intelectual de mesa de café ou de universidade, conotações arcaicas, do antigamente ríspido e austero dos nossos avós.)

Finalmente, que género de autonomia pode ter, a médio ou longo prazo, um território que dependa MATERIALMENTE dos gigantes da agro-indústria internacional (e, no limite, da Monsanto)?