… a qualquer “palace on the sea” fabricado para satisfazer o fraco paladar de um novo-riquismo emergente que, nos dias que correm, parece obcecado com a máxima do “safe and beautiful”.
Não há rico que se preze que não tenha confirmado a validade de duas teses já aqui apresentadas que defendem que dois dos mitos em voga na actualidade são o mito da posse do mundo e o mito da infinitude.
Há uma regra básica nos dias que correm: os que resistem à normalização em curso são espoliados, expropriados, massacrados, no limite, extintos, como sucede com a tribo documentada no vídeo; a diversidade cultural deverá restringir-se aos livros de arqueologia.
Dedicado ao grande Joseph Koenige.
Ainda assim, sentimo-nos levemente surpreendidos (nós os reaccionários) quando descobrimos que o turismo se tornou já capaz de mercantilizar o mais desconhecido de todos os estados, a República Popular da Coreia do Norte, incluindo naturalmente o seu povo.
Doravante, o felizardo turista ocidental poderá fotografar com a sua câmara digital, convertendo em troféu de caça, um dos personagens planetários mais inacessíveis, menos americanizados e por isso mais “pobrezinhos e coitadinhos”: o cidadão comum norte-coreano (enquanto caminha pela rua com as duas pernas, enquanto vai às compras, enquanto apanha o autocarro para o trabalho ou enquanto entra no restaurante).
Para isso, bastará ao turista ocidental reservar aqui a sua passagem de avião e seleccionar o seu tour package.
Hoje, em Lyon (França), um julgamento inédito (o primeiro de muitos, muitos, muitos) condenou esse grande monstro agro-químico-industrial que dá pelo nome Monsanto pelo facto de se ter demonstrado, AOS OLHOS DA LEI (é aqui que reside a inovação do caso), que um herbicida (chamado LASSO – atenção à inalação dos vapores deste veneno!) comercializado pela gigante empresa norte-americana provocou uma grave intoxicação a um agricultor.
“A evolução da paisagem portuguesa nos últimos 12 000 anos”
parte 1
parte 2
Eis um vídeo que não deveria deixar ninguém indiferente e que explica com toda a simplicidade a ligação entre todas estas palavras:
A história (real) documentada é toda ela uma metáfora do que significa viver em 2012.