O encerramento de 622 quilómetros de linha ferroviária que servia comboios regionais um pouco por todo o país parece que vai mesmo ocorrer. Cabe aqui notar que as linhas ferroviárias do Leste, do Vouga, do Oeste, do Alentejo (entre Beja e Funcheira), de Cáceres, do Tua, do Tâmega, do Corgo, que serão encerradas, servem, de acordo com dados da CP, 830 mil passageiros por ano. E que, destes, a esmagadora maioria pertence a classes sociais que vivem com menores rendimentos.

A rede ferroviária de passageiros nacional irá assim ficar  reduzida a 60% do que já foi em 1944!!!!! É espantoso não é? É isto que se chama um governo com estratégia para o futuro. Com visão estratégica, como se costuma dizer nos média. (O problema é somente o tipo de futuro para onde esta visão alucinada conduz.)

Pois é, caríssimos, comboio, só se for o de alta velocidade; para ricos, claro; para quem habita os grandes centros urbanos, onde estão concentradas as elites (que beneficiam das brutais injustiças do sistema económico em curso) com as suas clínicas privadas, os seus colégios privados, as suas universidades privadas, os seus ginásios privados, os seus spas privados… É isto que faz o governo neoliberal da coisa pública: criar infraestruturas públicas, repito, PÚBLICAS (pagas por todos), para servir o modo de vida das elites e dos que estão bem na vida.

E o povo, pá?!… QUE SE FODA, naturalmente. E, fundamentalmente, que continue caladinho a pagar essas infraestruturas (auto-estradas, marinas e aeroportos, para dar 3 exemplos), enquanto as escolas, os hospitais e os centros de saúde se degradam a uma velocidade vertiginosa.

Foi você que disse revolução?